O cloreto de sódio – Sodium chloride (NaCl) é utilizado pela indústria cosmética para ajuste da viscosidade de shampoos e sabonetes.
O aumento da viscosidade na formulação ocorre ao associar-se o tensoativo primário, presente na formulação, com o NaCl, pelo aumento no tamanho das miscelas formadas pelo sistema tensoativo-eletrólito.
A presença do sal em shampoos tem causado polêmicas, e para a maioria dos profissionais da área de beleza capilar, cabelos expostos a lavagens sucessivas com shampoo espessado com sal provocam ressecamento e danos a fibra capilar.
Esses profissionais foram “induzidos” a pensarem dessa forma, associando o estado que o cabelo fica ao ser submetido ao banho de mar, que possui altas concentrações desse sal. No entanto, ao pensar dessa forma, não está se levando em consideração a concentração de cloreto de sódio presente nesta água e associado as demais condições climáticas que essa fibra capilar está sendo submetida como a radiação solar, umidade e vento.
Na edição de julho/agosto de 2011, vol. 23, Nº 04, a revista Cosmetics & Toiletries apresenta um artigo sobre o tema. O Instituto Schulman de Investigação Científica (ISIC), juntamente com a Universidade Anhembi Morumbi, o Departamento de Farmácia (FCF – USP) e a International Apecialty Products, com a colaboração da Dra. Vania R. Leite e pesquisadores, realizaram um estudo científico para avaliar a influência do cloreto de sódio adicionado aos shampoos na penteabilidade de mechas de cabelo (in vitro) e na análise sensorial descritiva (in vivo) de fios quimicamente alisados.
A conclusão do estudo demonstra que não existe diferença estatisticamente significativa entre os shampoos que foram espessados com NaCl e os que foram espessados com outros aditivos.
Os testes realizados foram de desembaraçamento, penteabilidade, deslizamento, flexibilidade, estática reduzida, brilho, volume diminuído e maciez.
A maioria dos shampoos que estão dispostos nas prateleiras dos setores de higiene e limpeza apresentam como um dos principais apelos mercadológicos “sem adição de sal”. Salienta-se a esta característica a “redução de danos à fibra capilar” e reforça que para cabelos quimicamente tratados, essa é a melhor opção, já que vai minimizar os danos da fibra desgastada por processos químicos de alisamentos/colorações/descolorações. O consumidor cauterizou essa informação e hoje, mesmo com os estudos científicos, a idéia do “shampoo sem sal” é a que mais se apresenta no setor de cosméticos e que é mais difundida pelo setor de marketing das empresas.
Cabe a nós farmacêuticos difundir as informações corretas, no entanto, como participantes do mercado de higiene e limpeza, não podemos ficar alheios às tendências e deixar que os estabelecimentos não possuam a opção do famoso “shampoo sem sal”.
As Bases QSP PARABEN FREE, aplicáveis ao mercado capilar seguem a tendência mundial do mercado de Hair Care, SEM ADICIONAR SAL. Dessa forma, cabe ao profissional na farmácia, ao manipular a base, caso necessite fazer correção de viscosidade, optar ou não pela adição do NaCl.
Agora é com você: Sem sal ou com sal?
Fonte: Cleomara Castro Silvão – Especialista em Cosmetologia
Responsãvel técnica pela Amazun Indústria de Cosméticos Ltda.